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ABRAPAC

Excesso de peso em pilotos da aviação regular associado à características do trabalho e de saúde

Resumo


Além das causas já conhecidas que levam ao excesso de peso, como mudanças no estilo de vida e no padrão alimentar, a diminuição do tempo de sono vem sendo discutida nos últimos tempos, bem como a inversão do ciclo vigília-sono. Na categoria profissional de pilotos de aviação é comum o horário irregular de trabalho bem como mudanças de fusos horários. Esse tipo de organização do trabalho em turnos irregulares pode prejudicar a saúde dos pilotos, tanto no aspecto físico, como psíquico, emocional e social. Dentre esses prejuízos, destacam-se os aspectos relacionados ao aumento do peso. Comumente os pilotos invertem o ciclo vigília-sono e diminuem o tempo total de sono por conta dos turnos irregulares de trabalho. Os pilotos de avião são submetidos a turnos irregulares de trabalho, alterando o ciclo vigília/sono o que pode influenciar o apetite e a saciedade, favorecendo o aumento de peso. Objetivo: O objetivo principal desse estudo foi analisar as condições de trabalho e de saúde dos pilotos brasileiros da aviação regular. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo observacional, com corte transversal, realizada com 1.198 pilotos brasileiros da aviação regular. A coleta de dados foi realizada através de um questionário on-line com dados sociodemográficos, trabalho, saúde, estilo de vida, e sono. Para análise dos fatores associados ao excesso de peso (sobrepeso e obesidade) foi realizada a análise de regressão de Poisson com variância robusta. Em todos os testes foi considerado significante o valor de “p” menor que 0,05. Os dados foram analisados através do programa STATA 12.0. Resultados: Todos os pilotos eram do sexo masculino, com idade média de 39,2 anos (DP= 9,8 anos). Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC) 53,7% dos pilotos foram classificados como sobrepeso e 14,6% como obesos. Foi verificado maiores chances de ter sobrepeso as pessoas que trabalhavam no turno noturno entre seis e dez anos e que tinham dificuldade para relaxar após o trabalho, sendo a percepção de matutinidade fator de proteção. Para a obesidade foi fator de risco trabalhar no turno noturno entre seis e dez anos, dificuldade para relaxar após o trabalho, dormir menos de seis horas na folga, ter outras doenças diagnosticadas e praticar menos de 150 minutos/semana de atividade física. Conclusão: Esses resultados apontam para uma elevada prevalência de sobrepeso e obesidade nessa categoria profissional, caracterizado como um problema de saúde pública, sinalizando a necessidade de intervenções para o controle do peso corporal.



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