Pesquisa se apresenta como ferramenta para auxiliar na revisão do RBAC 117.
Os membros da Comissão Nacional de Fadiga Humana (CNFH) reuniram-se na tarde do dia 10 de abril tendo como tópico a apresentação dos resultados consolidados do Fadigômetro, com vistas a melhorias no RBAC 117 e à prevenção de ocorrências aeronáuticas.
Na ocasião, os representantes das associações, sindicato, empresas aéreas, ANAC e demais integrantes da CNFH acompanharam as conclusões e recomendações derivadas das análises das escalas de trabalho dos aeronautas e das respostas ao questionário sobre fadiga e sonolência.
Foi enfatizada a importância de implementar todas as recomendações previamente propostas pelos pesquisadores, disponíveis para consulta aqui. Além disso, durante a reunião, foi trazido à tona um novo ponto de discussão evidenciado pela pesquisa: as limitações dos modelos matemáticos. Consequentemente, ressaltou-se a importância de não utilizar esses modelos como a única base para decisões operacionais do tipo "Go".
São exemplos de decisões que se enquadram nesse critério:
Decisões que permitam flexibilizar limites e cenários;
Decisões que desqualifiquem um reporte de fadiga do aeronauta;
Decisões para descartar a fadiga em cenários que envolvam carga de trabalho relevante (certificado de não-fadiga).
Também foi destacada a importância de se dar especial atenção à formulação e otimização das escalas para mitigar os efeitos negativos decorrentes da carga de trabalho e sua correlação com fadiga e sonolência.
Embasados nos dados da pesquisa, os pesquisadores reforçaram a importância de um alicerce científico sólido, mas, também, que a revisão não dependa apenas de modelagens matemáticas e/ou se paute em regulamentos estrangeiros, sendo imperativo incorporar uma análise criteriosa das peculiaridades das operações no Brasil.
A reunião chegou ao fim com a aprovação por unanimidade da proposta de apresentação das análises e pareceres da CNFH sobre a pesquisa do Fadigômetro e o estudo sobre regulação e jornadas irregulares, conduzido pela Dra. Izabela Tissot na Faculdade de Saúde Pública da USP, na próxima sessão plenária do CNPAA.
Participaram da reunião: Maurício Pontes (ABRAPAC); Camila Teles Silva, Edinei Ramthun do Amaral, Gustavo Lima, Izabela Tissot e João Luís (ANAC); Tulio Rodrigues e Eduardo Furlan (ASAGOL); Alexandre Simões (ATL); Audrey Savini e Augusto Dalazen (Azul); Milton Lima (Comissão de Segurança de Voo da Manutenção); Larissa Corrade (Gol); Angélica Escabora, (LATAM); Janaína Larangeira (Modern Logistics); Graziele Anezi Pereira (SERIPA V); João Lisboa (SNA); e os Profs. André Frazão, Frida Fischer e Otaviano Helene, (IB-USP, FSP-USP e IF-USP, respectivamente).
Sobre o Fadigômetro:
O Fadigômetro tem como objetivo a criação de um banco de dados sobre o estado de alerta das tripulações da aviação regular brasileira durante suas jornadas de trabalho, permitindo a propositura de métodos para a análise do risco da fadiga e estratégias para sua mitigação.
A pesquisa é conduzida pelas associações ABRAPAC, ASAGOL e ATL, em parceria com a USP (Instituto de Biociências, Faculdade de Saúde Pública e Instituto de Física) e o ITA, e conta com apoio do CENIPA, da CNFH e do CNPAA.
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